Terapia para casal

“De tudo, ao meu amor serei atento antes
E com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento”
Tudo começou com um olhar, um toque, um cheiro, um riso, uma gargalhada, um gesto especial e a vida ganhou mais cor e sabor.
Pensar naquela pessoa passou a ser parte do cotidiano, da tomada da decisão de um compromisso até a construção de uma vida acompanhada de alguém especial.
Mas como somos seres diferentes, com uma cultura e funcionamento familiar distinto, algumas vezes podemos encontrar algumas diferenças na vida amorosa. Diferenças essas que podem gerar ruídos, mágoas, distanciamento, brigas constantes, acusações e a certeza de que tudo está perdido simplesmente porque o outro não corresponde ao que é esperado.
E os desencontros são tão comuns em uma relação, que até o poeta e compositor Vinícius de Moras, os descreveu na segunda estrofe do seu Soneto de fidelidade:
[…] Quero vivê-lo em cada vão momento
E em louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento […].
Tomando esse trecho como exemplo, podemos compreender que em algum momento do convívio, podem existir conflitos que trazem raiva e tristeza e que acabam por gerar dúvida sobre continuar ou não juntos.
Nesse momento, uma das possibilidades para reestabelecer o contato e o diálogo, é a psicoterapia de casal. Através do terapeuta é explorado quais são as dificuldades, expectativas e objetivos para que os interessados decidam o que fazer com a história construída até aquele momento.
A função do psicoterapeuta das relações amorosas é mediar o diálogo genuíno entre as partes, para que cada um possa trazer à tona as suas necessidades relativas à vida em comum, ajudando-os a descobrir novas possibilidades e a consequente solução dos conflitos.
O trabalho é desenvolvido com qualquer tipo de relacionamento que configure uma relação amorosa (não podemos esquecer que assim como o mundo, novas formas de se relacionar surgiram e há espaço para todos tentarem compreender e serem compreendidos).
*Vinícius de Morais-Soneto da Fidelidade, 1946.